sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Venda sob Prescrição




Memorial
descritivo
da obra

A presente série fotográfica é resultado de um projeto que tinha como principal manifestação as intervenções urbanas na cidade de Vitória no Espírito Santo e a cidade de Florença, na Itália.
Foi desenvolvido em 2005 e exposto em fevereiro na Bienal de Arte e Cultura da UNE em São Paulo, no Pavilhão de exposições do Parque do Ibirapuera e em maio na ciadade de Florença.
A obra caracteriza-se por um objeto. Uma caixa de papelão revestida com folha de jornal xilogravada, em preto e vermelho, com imagens de mapas-múndi imaginários criados pela artista.
O desejo de conhecer o mundo e descobri-lo é desenvolvido nesta obra através da incisão de formas imaginárias sobre a madeira, que representam mapas imaginários impressos em preto sob um fundo vermelho sangue.
Inúmeras interpretações podem ser feitas em torno de tal obra, uma delas referente ao título cujo, Venda sob prescrição seria proveniente de uma alusão às tarjas pretas dos remédios controlados vendidos no país e cuja referência inicial, remetia às noticias da imprensa, veiculadas pelo jornal, principal suporte no qual a artista cria estes cenários- mundos. Consumir notícias hoje, passou a ser fator de risco, daí a necessidade de se consumir sob prescrição, preferencialmente elaborada por uma crítica de mídia, para se precaver de eventuais atentados à saúde da democracia.
Intervir no meio urbano com tais objetos seria alertar para a urgência de se estabelecer um papel ativo diante dos meios de comunicação de massa sabendo de sua importância e poder de manipulação da opinião pública.
Este trabalho, exposto na Itália, leva o título de Vendita su la prescrizione e
assume um valor diverso uma vez que neste país não existem remédios de rótulos pretos o que impede a associação com a idéia inicial. Contudo, a potência da imagem e das idéias suscitadas pela conexão entre cores fortes (vermelho e preto), notícias de um jornal estrangeiro (A Gazeta de Vitória/ES) e os meios de comunicação de massa levam o espectador a estabelecer suas relações de questionamento, estranhamento e apreciação estética quando posto diante do objeto em questão.
Procuramos realizar inúmeras possibilidades de inclusão destas caixas em relação aos espaços urbanos, tendo a fotografia como principal fonte de registro da ação, como geralmente, sucede com este tipo de manifestação.
As fotografias reproduzidas fazem parte de uma série de cerca de 50 imagens produzidas com câmera analógica pelo artista plástico Luca Fontani. Procuramos relacionar tais objetos não só com os espaços físicos mas, também pesquisamos as relações que as pessoas poderiam estabelecer com tais objetos a fim de verificarmos suas reações. Pudemos verificar reações diversas de constrangimento, bom-humor, indagação e contemplação. Constituindo-se, este momento, em fator precioso de observação da recepção da obra.

Intervenção cirúrgica





Memorial descritivo da obra

O presente projeto ainda em andamento, tem como unidade modular, objetos compostos por fotografias cubificadas.
“Intervenção cirúrgica”, entende-se por incisões, cortes e exclusão sobre o plano fotográfico, centrados em determinadas partes de um corpo. Neste sentido as incisões fragmentam a imagem fotográfica, conferindo-lhes uma nova forma de fruição. Agora o observador é restringido à metade da imagem e a fragmentos ainda menores, mudando desta maneira, a relação entre a obra e o público.
Agrupando as imagens segundo um julgamento estético pessoal, estabeleço novos “punctuns”. Seleciono as áreas a serem visualizadas e velo os lados e a face posterior de alguns cubos. A fim de concluir e pontuar esta seleção pessoal, feita a partir de seleção alheia, fecho um determinado número de cubos, em um invólucro de material acrílico. Quando digo partir de uma seleção alheia, refiro-me àqueles trabalhos fotográficos produzidos por outrem. Refugos obtidos dos quase extintos laboratórios fotográficos P&B.
Contudo, algumas composições, são produzidas e selecionadas segundo um critério pessoal desde sua essência, ou seja, a partir de fotografias produzidas por mim.
O caráter relacional da obra é o foco da exposição. Apresenta ao público a possibilidade de tocar a fotografia e adquirir um novo conhecimento sobre a imagem que emerge nesta relação de inferir sobre o objeto.
Objetos palpáveis, que ganham movimento nas mãos do observador. Ganham novos “punctuns” e significados outros que podem abranger o lado oculto de cada elemento em particular.As dimensões dos objetos variam de 8cm (cúbicos) a 30cm (cúbicos). Mais imagens podem ser vistas no site: